
O Ministério Público do estado recomendou, nesta terça-feira (16), um plano de desativação em até 120 dias da Usina Hidrelétrica de Colider, a 648 km de Cuiabá. A usina está sob nível de "alerta" desde agosto deste ano em razão de inúmeras falhas estruturais no sistema de drenagem que podem levar a um risco de ruptura da barragem, conforme investigação do MPMT.
A medida busca a "remoção ou desativação das instalações, a correta disposição dos rejeitos e a restauração ambiental da área afetada". A tutela cautelar foi protocolada na 2ª Vara de Colíder.
A Eletrobras informou, em nota, que adotou as medidas de segurança para o local, aos trabalhadores e ao meio ambiente e, por isso, não vê "os pressupostos para a concessão da cautelar requerida e segue à disposição das autoridades
Em fato relevante divulgado ao mercado financeiro na terça-feira (15), a Eletrobras informou que de 70 drenos que integram o sistema da usina, quatro sofreram danos desde a compra do ativo. Os drenos são estruturas que permitem que a pressão da água sob a barragem seja escoada de maneira adequada.
Com isso, a usina reduziu o nível do reservatório para verificar as falhas nos drenos e aliviar a pressão sobre a estrutura. Contudo, essa medida gerou danos ambientais, como a morte de 1.500 peixes, alteração da qualidade da água, comprometimento da biodiversidade aquática e semiaquática, e prejuízos à fauna migratória.
O rebaixamento do reservatório comprometeu a atividade pesqueira, o turismo regional e o comércio local, segundo o MPMT, que citou um impacto no setor entre R$ 10 e R$ 12 milhões por ano. A medida também afetou eventos culturais tradicionais, como o “Fest Praia” e o “Viva Floresta”, além de dificultar o acesso das comunidades ribeirinhas ao rio, prejudicando seu modo de vida.