RELIGIÃO
04 Agosto 2025 às 11:16
Missionários usam dispositivos de áudio para evangelizar ilegalmente povos indígenas isolados

Dispositivos de áudio com mensagens religiosas estão sendo usados por missionários para tentar evangelizar o povo indígena Korubo, isolados no Vale do Javari, Amazônia.

 

Alimentados por energia solar, aparelhos de mensagem são programados para tocar mensagens bíblicas, violando diretrizes do governo brasileiro sobre o contato com estes povos isolados.

 

Dispositivos de áudio surgem em áreas indígenas protegidas

Segundo os relatos, o primeiro modelo identificado foi o “Messenger”, aparelho do tamanho de um celular alimentado por energia solar, distribuído por uma organização religiosa chamada In Touch Ministries.

 

O dispositivo é doado a grupos considerados “não alcançados” ao redor do mundo, em mais de 100 idiomas. No entanto, a própria organização admite que o aparelho não deveria estar no Vale do Javari.

“Não vamos a lugar nenhum onde não sejamos autorizados”, disse Seth Grey, diretor de operações do In Touch Ministries, em entrevista ao Guardian. Ainda assim, pelo menos sete desses dispositivos foram denunciados por estarem em posse dos Korubo.

 

No Brasil, é proibido o proselitismo religioso em territórios indígenas isolados desde 1987

Drones foram vistos sobrevoando a região

A investigação revelou que missionários, ligados a organizações como a “Missão Novas Tribos do Brasil” e “Asas de Socorro”, já haviam tentado contato com os Korubo antes da pandemia.

Mulher indígena com rosto pintado em vermelho e preto segura um bastão com a palavra “respeito” escrita. A imagem simboliza a luta dos povos originários contra ações ilegais como a introdução de dispositivos de áudio em áreas protegidas da Amazônia.Política brasileira proíbe contato não autorizado com povos indígenas isolados desde 1987.

Recentemente, “drones misteriosos” foram avistados sobrevoando a base do posto de proteção do governo no Vale do Javari. O sargento da Polícia Militar, Cardovan da Silva Soeiro, relatou a presença constante desses aparelhos ao comando. Ele recebeu ordens para abatê-los, mas não obteve sucesso.

O procurador federal Daniel Luís Dalberto, que acompanha os direitos dos povos isolados, falou sobre a nova estratégia. “É uma conversão furtiva, discreta. O método se tornou sofisticado e difícil, quase impossível de combater”.

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